Santo, Santo, Santo

A bíblia enfatiza de forma única um atributo de Deus com uma repetição tríplice: Santo, santo, santo. Entre todos os atributos de Deus, nenhum é destacado com a mesma intensidade. Em várias partes das escrituras, os anjos proclamam: "Santo, santo, santo é o Senhor todo poderoso." Nenhum outro atributo, seja amor, amor, amor ou graça, graça, graça, é repetido dessa maneira, embora Deus represente todos plenamente.

Por que a santidade de Deus é destacada de maneira tão profunda?

A repetição nas escrituras serve como um método deliberado para enfatizar a importância. Por exemplo, Jesus frequentemente começava seus ensinamentos mais profundos com a frase "Em verdade, em verdade" (Amém, amém), sinalizando o peso e a autoridade do que dizia. Da mesma forma, a proclamação tríplice da santidade de Deus ("santo, santo, santo") destaca sua importância para compreender a natureza e a soberania de Deus. Isso nos convida a refletir sobre como esse atributo definidor molda o relacionamento de Deus com a humanidade e como, por sua vez, respondemos à sua santidade.

Encontros com a Santidade de Deus

Dois encontros transformadores na Bíblia revelam como a santidade de Deus expõe a fragilidade humana e chama ao arrependimento e à renovação:

• A visão de Isaías (Isaías 6:1-7):

  Isaías vê o Senhor em Seu trono, cercado por serafins proclamando: "Santo, santo, santo é o Senhor todo poderoso." Tomado pela santidade de Deus, Isaías confessa seus pecados, declarando-se impuro. Em resposta, um serafim toca seus lábios com uma brasa viva, purificando-o e removendo sua culpa.

  
  

• Moisés na sarça ardente (Êxodo 3:2-6):

  Quando Moisés encontra Deus na sarça ardente, é instruído a tirar as sandálias porque pisava em solo sagrado. Reconhecendo a sacralidade do momento, Moisés cobre o rosto, consciente de sua indignidade diante de Deus.

R.C. Sproul reflete sobre o encontro de Isaías em seu livro, The Holiness of God, escrevendo:

"Se algum dia houve um homem íntegro, esse homem foi Isaías, filho de Amós. Ele teve uma visão repentina de um Deus santo. Em um único momento, toda sua autoestima foi destruída. No instante em que se mediu pelo padrão máximo, ele ficou desfeito—moralmente e espiritualmente aniquilado."

Tanto Isaías quanto Moisés demonstram que a santidade de Deus não expõe o pecado para condenar, mas para transformar. Sua santidade revela nossa fragilidade, não para nos envergonhar, mas para nos chamar à cura e renovação. Através de seus encontros com a santidade de Deus, ambos não apenas foram purificados e restaurados, mas também equipados para se tornarem grandes servos de Deus, levando Sua mensagem e guiando Seu povo com coragem e propósito.

Justiça e Misericórdia Unidas na Santidade

A santidade de Deus une perfeitamente Sua justiça e misericórdia. Sua justiça garante que o pecado seja tratado de forma justa, enquanto Sua misericórdia, revelada por meio de Cristo, oferece perdão e reconciliação. Na cruz, e, finalmente, no fim dos tempos no Livro do Apocalipse, testemunhamos a expressão mais plena de Sua santidade.

Jesus nos lembra que a santidade de Deus não está em oposição ao Seu amor e justiça; pelo contrário, ela os cumpre. Sua santidade não apenas exige, mas também proporciona um caminho para a nossa redenção, mostrando Sua justiça e compaixão em igual medida.

O Arco da Redenção

De Gênesis a Apocalipse, a santidade de Deus serve como um fio que costura Seu plano de redimir e restaurar a criação. Como um Deus santo, Seu objetivo final é habitar entre um povo santo em um lugar santo, uma visão que um dia será plenamente realizada nos novos céus e nova terra. Você consegue imaginar esse dia?

A santidade de Deus não é passiva; ela é transformadora. Ela molda tudo o que toca, chamando a humanidade para um alinhamento mais profundo com Seu propósito divino. Assim como Isaías foi purificado e Moisés foi chamado, também somos convidados a permitir que Sua santidade nos molde para sermos as pessoas que Ele nos criou para ser. Sua santidade nos convida a examinar nossos corações e abraçar o poder transformador de Sua presença. Ele nos convida a afastarmos das trevas, a caminhar pela fé e a refletir Seu amor em um mundo fragmentado.